terça-feira, 12 de setembro de 2017

ENTREVISTA

Olá, pessoal! A entrevista de hoje é com Maxwell Mendes Oliveira - Escritor mineiro que tive a alegria de conhecer!


1 - Quando percebeu que seu destino era ser escritor?
R – Foi mais ou menos na minha infância. Há muito tempo, lá pelo ano de 1988 mais precisamente, participei de um concurso de redações infantis no município de Campo Mourão, a minha história foi “O exterminador da morte” (nem de longe uma história infantil, inspirada na ficção científica de “O exterminador do futuro” e seus congêneres. Tirei terceiro lugar no concurso. Naquela ocasião, fui elogiado, e comecei a notar que gostava de escrever minhas próprias tramas. E como eu sempre fui um leitor voraz, tanto de literatura quanto quadrinhos, passei a escrever também.


2 - A história dos seus livros tem alguma relação com alguém que você conheça?
R – Um pouco às vezes, as lembranças sempre são uma parte importante para construirmos nossos personagens, as tramas. E junto com estas lembranças, vem sempre alguém que marcou um pouco a nossa vida. Não digo que sejam decalques das pessoas reais, mas jeitos, falas, sempre acabam inspirando um pouco. Tiro minhas ideias também de matérias jornalísticas. É espantoso o repositório de tramas interessantes que se pode retirar da vida.


3 - Tem algum tipo de ritual antes de começar a escrever?
R – Nenhum muito específico. Gosto muito de sentar sossegado, um copo de café ou uma garrafa de água para ir tomando de vez em quando. Acabo falando um pouco sozinho, reproduzindo as tramas dos meus livros. Parece maluco, mas ajuda. Acabo tendo uma visualização do que estou fazendo. É óbvio que minha esposa acaba brincando que vão me achar maluco, mas não ligo.


4 - Qual o seu conselho para as pessoas que querem lançar um livro?
R – Primeiramente, leia, leia bastante todos os tipos de livros. Leia o maior número de autores possível, para que você aprenda com eles. Depois escreva por que gosta de escrever, porque não consegue parar de pensar como seria por no papel (ou no computador, ou no tablete, não importa). Depois que você escreveu, revisou, aprimorou o texto, mostre seu livro para alguém de confiança, se essa pessoa gostou, então, ou você publica num site de autopublicação (o que pode ser ótimo para quem está no começo), ou tenta uma editora. Eu faço ambos. Publico nos sites de autopublicação do Clube dos Autores e Saraiva Data (publique-se) e envio para as editoras.


5 - Como vê a literatura no Brasil?
R – Bom, aqui no Brasil, é difícil viver só de literatura. Mas percebo que cada vez mais, nossos autores estão sendo valorizados. As plataformas de autopublicação estão permitindo fugirmos das editoras que são mercenárias (e graças a Deus, não são a regra). Mas é preciso que as grandes também abram espaço. Os autores precisam ser estimulados a escrever e tentar publicar. O mercado existe, basta aprendermos a lidar com ele.


6 - O que é preciso para que a literatura nacional seja mais valorizada?
R – Como eu disse, estimular os autores, permitir o acesso a plataformas de autopublicação, são uma ideia incrível, surgida da internet. E as editoras ainda são um grande vértice, uma grande vitrine para os autores. Elas só têm que se abrir um pouco mais, permitir que autores menos conhecidos possam ser publicados. Um problema grande é que, a publicação é um negócio, embora oriundo da arte, mas um negócio, então, as grandes editoras procuram publicar autores conhecidos, ou que estejam mais na moda. Se mudarmos um pouco este paradigma, com certeza estaremos permitindo o surgimento de novos autores, novas obras.



7 - Como faz para divulgar o livro? Qual a melhor forma?
R – Bom, atualmente, pelas redes sociais: facebook, twitter, até mesmo e-mails para conhecidos. Ajuda sim. Outra coisa, principalmente para os iniciantes como eu, a autopublicação é importantíssima, pois é uma vitrine para novos autores. E muita propaganda boca a boca, para os conhecidos, para que postem em seus contatos. Isso vai multiplicando. Comecei a vender meus livros deste jeito. Ainda não tenho um público grande, mas começo a perceber que as pessoas estão lendo meus livros. E isso me enche de satisfação.

8 - Um escritor está sempre absolutamente consciente do que faz?
R – Hum, isso é um pouco difícil de responder. Porque a literatura surge primeiramente num plano imaginário, para daí atingir um plano físico na forma de um livro (físico ou e-book). Mário de Andrade sempre dizia que primeiro escrevia, para depois tentar entender o que havia escrito. Acho que o escritor, ao mesmo tempo em que tenta ser consciente da sua obra, ele vai se deixando guiar um pouco por ela, e acaba tomando caminhos diferentes do que ele planejou para ela. Eu mesmo, em muitas histórias que escrevi, imaginava no início um final, mas a medida que a história ia se desenhando, o final acabava mudando.


9 - Quando começou a escrever, já fazia planos de seguir carreira?
R – Obviamente que como todos os escritores, você sonha com o sucesso, e em viver do que escreve. Como isso ainda não é possível, só posso seguir em parte a carreira de escritor. Mas espero que no futuro, consiga viver completamente da literatura.

10 - Quando olha para trás sua maior satisfação é poder dizer...
R – Vivi e vivo intensamente. E essa intensidade resulta na profusão de experiências que a vida me deu ao longo dos meus quarenta anos de vida. Algumas doem, mas outras, são intensamente maravilhosas. Então, só posso dizer que vivi e vivo, da melhor forma possível.


11 - Qual a função social da literatura?
R – A função social é mostrar a sociedade como ela é, e ao mesmo tempo, enternecer, para que não nos tornemos máquinas sem humanidade. A literatura serve ao nobre fim de formar pensadores, formar pessoas mais críticas, mas ao mesmo tempo, também mais sonhadoras, mais felizes.



12- Literatura como risco ou libertação?
R – Um pouco de risco, porque muitas vezes, nos arriscarmos a que a obriga seja perseguida, seja criticada, seja proibida. Mas é um risco que nós aceitamos, e sinceramente, muitas vezes, torna a obra muito mais conhecida.
Um pouco de libertação, porque ela ajuda a nos libertarmos de amarras. Ajuda a nos defrontarmos com nosso próprio reflexo. A libertação é intensa nesse sentido também.

13 - Sua família o encorajou a escrever?
R – Sim, tanto meus pais quanto minha esposa. Ela lê algumas coisas que escrevo. Me mostra o que posso melhorar. É uma grande companheira e incentivadora. Meus pais não leem muito, mas me incentivaram principalmente na formação de escritor que lê, e aprende com os outros escritores.

14 - A internet influencia na carreira do escritor?
R – Tanto no repositório de material para que se possa trabalhar um livro, como forma de acompanhar o seu próprio desempenho. É uma ferramenta hoje em dia, com a qual todo o escritor deve aprender a trabalhar.


15 - Qual o primeiro livro que leu?
R – Hum, eu diria que foi uma versão de “A lâmpada de Aladdim”. Achei incrível. Depois foi a vez de madame Agatha Cristie “Morte no Nilo”, e por aí foi. Eu tinha uns dez anos quando comecei a me tornar um leitor voraz assim.


16 - Já tirou alguma ideia de um sonho? A infância é a mãe do escritor maduro?
R – Algumas vezes, mas não saberia te dizer agora qual história já foi inspirada num sonho. Mas foram algumas sim.
Ah, a infância, a minha principalmente, é a mãe da minha maturidade como escritor sim. Porque é onde você encontra as melhores fases, as melhores lembranças. É um verdadeiro jardim, onde o que é bom, cresce e viceja, sem os vícios e as loucuras de uma vida adulta estressada.

17 - Uma frase que te define?
R – Sou tão bom quanto qualquer pessoa, nem mais inteligente ou melhor, apenas um ser humano que quer ser feliz como todos os outros.


18 - Se pudesse voltar no tempo, mudaria alguma coisa?
R – Sempre buscamos mudar algumas coisas. Creio que em certas situações, eu teria agido diferente do que agi, e teria sido melhor do que fui.


19 -Deixe um recado para seus leitores e seguidores do blog:
R – Um grande agradecimento para você,Gabriella, que me abriu essa oportunidade, e agradecer a todos os seus leitores. Me senti extremamente lisonjeado pelo convite.



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